Você sabe o que o aumento e a queda da Taxa Selic implicam na sua vida?

O que é a Taxa Selic?

A Taxa Selic é a taxa básica de juros da economia do Brasil, ela afeta outras taxas como de empréstimos, financiamentos e investimentos, seu valor é definido pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil em reuniões periódicas.

Mas o que seria exatamente isso na nossa vida? Para entender a Selic vamos imaginar que você quer financiar uma moto, um carro ou até seu primeiro imóvel, mas você não tem todo dinheiro agora e resolve pegar um empréstimo. O banco que vai te emprestar esse valor trabalha com uma taxa de juros baseada no risco de não receber esse valor, essa taxa de juros é extremamente influenciada pela SELIC, quanto maior a SELIC maior será esse valor. Assim, a Selic (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia) vai afetar nossas vidas de diversas formas como:

  • Investimentos;
  • Cartão de crédito;
  • Empréstimos;
  • Controle da Inflação;

O aumento da Taxa Selic

Quando a Selic sobe existe uma desestimulação do consumo, sendo assim é uma das medidas para controlar a inflação, o que significa que comprar aquele tão sonhado imóvel financiado em 420 vezes ficará bem mais caro que antes, ou que investir no seu primeiro negócio com empréstimo acaba ficando mais difícil.

Quem já tem um negócio pode sentir o impacto da Selic na diminuição dos consumidores pois agora eles também têm menos crédito para poder gastar.

Por outro lado, esse aumento também é oportunidade de melhores investimentos de renda fixa como o próprio Tesouro Selic que sempre está atrelado a essa taxa ou outros investimentos que tendem a acompanhá-la, como CDIs e pré-fixados.

Na data em que redijo esse texto,  (01/12/2024) a Selic está em 11,25% ao ano, e consegui encontrar investimentos em renda fixa pré-fixada a mais de 15% ao ano.

 

O que a Taxa Selic acarreta quando está em queda?

Já no caso de queda da Selic vamos ter total situação oposta à citada acima. Com a queda existe um maior estímulo ao consumo. Geralmente com a inflação já controlada, nesses momentos de baixa Selic é mais oportuno a compra de imóveis financiados, investimentos de renda variável e a até mesmo início de um negócio por conta de crédito facilitado.

No comércio é mais “fácil” sentir um aumento das vendas, pois agora o consumidor pode ter mais facilidade a crédito na praça.

O investimento no Tesouro Direto atrelado a Taxa Selic acaba ficando menos atraente do que outros investimentos, pois agora podemos ter renda variável com melhor retorno.

 

Deixando um pouco mais complexo

Olhando mais a fundo a Selic nos afeta de maneira muito mais complexas, deixei alguns tópicos aqui para tentar facilitar o entendimento separadamente:

 

  • Controle da inflação:

    • Quando a inflação está alta, o Banco Central pode aumentar a Selic. Isso encarece o crédito e desestimula o consumo, reduzindo a pressão sobre os preços.
    • Se a inflação está baixa, o Banco Central pode reduzir a Selic para estimular o consumo e os investimentos.
  • Crédito e consumo:

    • Uma Selic alta eleva o custo dos empréstimos e financiamentos, desincentivando o consumo e os investimentos.
    • Uma Selic baixa torna o crédito mais barato, incentivando consumo e crescimento econômico.
    • Se ela aumenta, os bancos e instituições financeiras costumam elevar as taxas cobradas em empréstimos, financiamentos e linhas de crédito, incluindo os juros do rotativo do cartão de crédito.
    • As taxas de juros de cartões de crédito já são naturalmente altas no Brasil. Quando a Selic sobe, o custo do crédito rotativo e do parcelamento também aumenta, dificultando ainda mais o pagamento das dívidas.
    • Juros altos desestimulam compras parceladas, especialmente bens de maior valor, como carros e imóveis.
    • Alguns setores da economia são mais afetados pela Selic por depender mais de financiamentos ou empréstimos como construção, o varejo, indústria e setor automotivo, ficando mais caro os produtos desse setor com aumento da Selic.
  • Investimentos e poupança:

    • Taxas altas tornam investimentos em renda fixa mais atrativos, o que pode reduzir o fluxo de capital para ativos mais arriscados, como ações.
    • Taxas baixas incentivam a migração para ativos de maior risco, como o mercado acionário e imóveis.
    • Para quem investe, a Selic impacta diretamente a rentabilidade de aplicações em renda fixa, como Tesouro Direto, CDBs, e LCI/LCAs. Quando a Selic sobe, essas aplicações se tornam mais atrativas.
    • Por outro lado, juros altos podem desvalorizar ações, já que o custo do dinheiro para as empresas também aumenta.
    • A poupança tem um rendimento atrelado à Selic. Se a Selic for superior a 8,5% ao ano, a poupança paga 0,5% ao mês mais TR (Taxa Referencial). Se for inferior, o rendimento é de 70% da Selic + TR.

 

2 comentários em “O que é a Taxa Selic?”

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